A importância da consciência corporal em todas as idades

Em um mundo cada vez mais mental e tecnológico, cientistas afirmam que estamos perdendo o que chamamos de propriedade intelectual, ou seja, o limite físico do corpo deixou de existir.
Olhamos cada vez mais para telas, e menos para rostos, paisagens, sorrisos. Muitas vezes, quando estamos no banco do carona, por exemplo, não vemos mais o caminho que estamos fazendo, para onde estamos indo, continuamos arrastando para baixo e atualizando timeline das redes sociais.

Essa perda de contato com o que é real faz com que muitas pessoas não saibam o que é ter consciência do próprio corpo, seus sentimentos e opiniões, minadas pela quantidade de conteúdo que absorvemos online. Muitas vezes, só percebemos o nosso corpo nos momentos de dor, doença ou desconforto.
Olhando o corpo sem julgamentos externos
A consciência corporal é a atenção plena do corpo, do físico. É perceber o que estamos sentindo, como estamos sentindo, qual o nosso espaço no mundo. É observar o corpo sem julgamentos externos, sem pensar em quais defeitos você não gosta nele, ou se precisa perder uns quilinhos. Não é sobre isso.
O corpo humano é como uma máquina super potente e super inteligente. Se alguma coisa está errada com o organismo, sinais de alerta são enviados por meio de estímulos presentes nas terminações nervosas para que se tenha mais atenção à estrutura física. Por isso, quanto mais atento você estiver com a sua consciência corporal, mais fácil será identificar e evitar desconfortos. É sobre prevenir sentir-se mal, antes de, de fato, ficar mal.
Falando sobre corpo desde a infância
Uma das técnicas mais utilizadas para iniciar essa conversa é o espelho. Maria Montessori, importante educadora e fundadora da técnica de educação montessoriana, destaca a importância da criança se reconhecer enquanto ser humano. O espelho no quarto do bebê, desde os primeiros momentos de vida, é benéfico para:
- Permitir a criança formar um conceito de si mesmo e se conhecer como ser individual, distinto à sua mãe.
- Estimular o movimento do bebê, pois, através do espelho, ele vê o ambiente e aprende a se mover vendo seus movimentos e os nossos.
- Fomentar o sentido de lateralidade.
- Estimular os movimentos do pescoço e aperfeiçoar o levantar da cabeça.

A cada nova fase, um novo estímulo
Durante o crescimento, aprendemos sobre nosso corpo e nossa individualidade de diferentes formas. É possível guiar a criança até a fase adulta com atividades de consciência corporal sendo elas:
- Educação sexual, explorando assuntos como menstruação, hormônios e fertilidade;
- Prática de esportes como vôlei, futebol ou handebol, que exploram a sociabilidade e senso de comunidade;
- Alongamentos, Ginástica Artística e a prática da Yoga, como forma de aprender um pouco mais sobre flexibilidade e tudo o que seu corpo é capaz de fazer;
- Momentos de lazer em praças e pontos de encontro do bairro ou cidade; para explorar o senso de comunidade e pertencimento;
- Aulas de Teatro e Dança; explorando toda a potência física e mental de cada indivíduo.
- Exercícios de Atenção Plena e Meditação, para construir um senso de autoconhecimento pleno desde a infância.

Parentalidade Gentil também auxilia na consciência corporal infantil
Um bom exercício para mães, pais e responsáveis de crianças é a oferta. Um movimento que vemos crescendo nas redes sociais é a Parentalidade Gentil, que tem como prioridade considerar todos os sentimentos, vontades e desejos da criança, validando quem ela é como indivíduo.
Pode-se começar oferecendo duas opções de lanche para a criança, perguntando o que ela quer, invés de fazer essa escolha por ela.
Oferecendo opções para a criança, ela desenvolve o senso de individualidade com mais facilidade, sentindo-se segura durante todo seu crescimento para ser quem é, sabendo quem é. E esse sentimento faz total diferença no crescimento de um ser humano confiante, saudável e mais feliz.
Nos vemos lá fora,
Blog da Mude.