Tão natural quanto acordar, beber um copo de água ou ir ao banheiro, olhar o celular já está no “top 5” pequenas hábitos matinais que você faz ao levantar da cama pela manhã: visualizar as primeiras mensagens do dia ou desligar o despertador. É com ele que organizamos a agenda, respondemos demandas de trabalho e marcamos compromissos com amigos e família. Mas, nessa conexão constante, algo importante tem se perdido: o descanso. Entre as causas do nosso cansaço crônico, a luz azul das telas — de celulares, computadores e TVs — aparece como uma grande vilã. Afinal, por que usar o celular à noite impacta tanto o nosso sono?
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Não faz tanto tempo assim que as anotações de senhas, ideias ou lembretes ficavam guardadas em cadernos silenciosos. Eles não enviavam notificações, não apitavam nem competiam por nossa atenção. Hoje, o celular assumiu esse papel, mas foi além: ele conversa, responde, cobra e lembra. É uma relação de dependência, onde distinguir o essencial do ruído virou um desafio diário. E o preço dessa conexão ininterrupta pode estar sendo pago com a nossa saúde. Afinal, como não se perder entre o que é essencial e o que é ruído?
O Que o Sono e o Bem-Estar Tem Haver?
O impacto das telas para a saúde humana é algo relativamente novo para a ciência, o impacto das telas no sono, é mais ainda recente. Nos últimos anos, os pesquisadores aumentaram os esforços para investigar alterações relacionadas ao cérebro para entender os fenômenos mais profundos.
Estudos de neuroimagem – utilizando principalmente ressonância magnética – identificaram anormalidades nas regiões frontais do cérebro (córtex orbitofrontal e pré-frontal) e no sistema de recompensa do cérebro (putâmen, núcleo accumbens) que desempenham papel crucial na aprendizagem associativa e no controle cognitivo, como negligenciar atividades cotidianas, vida social e necessidades essenciais e dificuldades em controlar o uso. Você já se pegou no “looping”? Aquele momento que está com o pensamento longe, mas rolando a tela do feed infinitamente…
A gente realmente pode ficar viciado no celular? A conclusão é que sim. A dependência do celular vai alterar nosso comportamento e a forma como funciona nosso cérebro, é muito parecido com os outros vícios. O que acontece…. Existe um grande perigo de desenvolver um vício pelo celular, isso já acontece e tem nome oficial: “Nomofobia” que inglês é “Nomobilefobia”, refere-se a ficar com medo de ficar sem o celular, isso traz a consequência de um comportamento chamado “Hikikomori” que é um termo em japonês, que é o afastamento social”. Canal “Casa do Saber”, Claudia Feitosa-Santana, Neurologista e Mestre em Psicologia Experimental na USP.
O Corpo Tem o Próprio Relógio Interno
Nosso corpo é inteligentíssimo e tem seu próprio tempo, uma espécie de “relógio interno”. Esse mecanismo fascinante é o ritmo circadiano, um ciclo natural de 24 horas que regula funções vitais, como o sono. Ele é profundamente conectado à luz e à escuridão, ajustando, por exemplo, a produção de melatonina, o hormônio que nos prepara para dormir. Mas aqui está o problema: quando nos expomos à luz azul à noite — como a das telas de celulares e computadores —, nosso cérebro se confunde. Ele acredita que ainda é dia, reduz a produção de melatonina e torna muito mais difícil pegar no sono.
A luz azul, com seu comprimento de onda curto, vai fundo nos nossos olhos e interfere diretamente nas células ganglionares da retina — aquelas que avisam o cérebro quando é hora de dormir. O resultado? Noites mal dormidas que não só afetam como nos sentimos no dia seguinte, mas também aumentam os riscos de problemas sérios como obesidade, diabetes e depressão.
As Telas e o Sono da Geração Z: Por Que as Gerações Mais Jovens Dormem Menos?
A geração mais impactada pelo uso de telas no sono atualmente é a Geração Z (nascidos entre meados dos anos 1990 e 2010), seguida de perto pela Geração Alpha (nascidos a partir de 2010). A relação tóxica que os jovens estão construindo com as redes sociais vem desde a pandemia, o uso excessivo de redes sociais, curtidas e comentários é a validação para essa geração. No Brasil, durante o isolamento social, o uso diário aumentou de 17,39% para 59,4%, o que impactou negativamente não só a saúde física, mas também o sono e a saúde mental.
“A tecnologia não é o grande vilão e sim, a forma como inserimos ela em nossa rotina. É importante se perceber, por exemplo,você deixa de ir a algum lugar se souber que não tem Wi-Fi? Mesmo que isso faça com que perca uma viagem ou final de semana com amigos e família? Se uma pessoa tem uma rotina totalmente voltada ao virtual, se perde do que é real”, reflete a psicóloga Ariane Silva.
O uso excessivo de dispositivos eletrônicos à noite está no centro desse problema. Pesquisas indicam que 90% das pessoas utilizam seus smartphones ou assistem vídeos antes de dormir. A combinação de luz azul e estímulos cognitivos intensos cria uma tempestade perfeita para a insônia. um estudo realizado pela Universidade Federal de Minas Gerais indicou que jovens de 12 a 19 anos dormem utilizando dispositivos eletrônicos por períodos prolongados e relatam aumento da sonolência diurna e irritabilidade durante o dia.
Quer Dormir Melhor? Desligue as Telas!
Na era da rolagem infinita e da busca incessante por estímulos, somos lançados em um mar de distrações constantes. Resgatar uma rotina de autocuidado antes de dormir tornou-se essencial para desacelerar e minimizar os impactos desse ritmo frenético. Evitar a leitura no celular durante a noite significa escapar de interrupções, como anúncios e pop-ups, que dificultam a concentração. Além disso, estudos indicam que ler livros físicos antes de dormir pode aumentar a duração do sono REM, a fase em que sonhos mais elaborados acontecem.
A influência da chamada “luz azul”, emitida por telas, reforça a necessidade de práticas que favoreçam a higiene do sono. Desligar dispositivos com antecedência e criar ambientes relaxantes e escuros são medidas fundamentais para preservar a saúde a longo prazo.

Imagem: Pexels
Assim como buscamos melhorar nossa relação com as redes sociais, estamos também redescobrindo hábitos que contribuem para um bem-estar geral. Investir no retorno ao livro impresso, ajustar a iluminação para níveis mais baixos, reduzir ruídos e incorporar rituais como um banho morno ou aromatizar o ambiente com cheiros agradáveis são aliados importantes para ajudar o corpo e a mente a desacelerar.
Como Proteger Seu Sono?
Felizmente, é possível minimizar os danos da luz azul com algumas práticas simples:
- Filtros e Modo Noturno: Ative filtros de luz azul nos dispositivos ou use óculos bloqueadores específicos.
- Luz Vermelha: Se você precisa de luz durante a noite, opte por lâmpadas de espectro vermelho, que interferem menos no ritmo circadiano.
- Higiene do Sono: Evite telas pelo menos uma hora antes de dormir e opte por atividades relaxantes, como leitura ou meditação.
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